Inside out – Mudar o mundo não é o suficiente, precisamos virá-lo pelo avesso

Mudar o mundo não é o suficiente, precisamos virá-lo pelo avesso. Não é possível saber ao certo por onde começou, mas podemos afirmar que somos hoje, ao mesmo tempo, telespectadores e protagonistas da desumanização da humanidade.

Por definição a humanidade designa o homem enquanto espécie, carregando consigo todas as características que o distingue dos demais animais, seja a coluna ereta, o polegar opositor, a inteligência ou a consciência de si e suas ações. O termo também define uma qualidade, atribuída de forma quase exclusiva ao homem, a bondade.

A bondade, e seus derivativos como o amor, a compaixão, a sensibilidade, o altruísmo, a benevolência, foram fundamentais a nossa perpetuação enquanto espécie. A confiança mutua, a estrutura familiar e a organização em diversas instâncias (empresas, cidades, países…) de uma sociedade estruturada, possibilitaram um desenvolvimento fantástico da humanidade e nos permitiram criar coisas extraordinárias, prolongar a vida, desbravar o espaço e o universo nano.

Em meio a tantas possibilidades, em algum momento, algo saiu dos trilhos. Talvez seja a primeira frustação escondida para não incomodar a felicidade alheia, o troco recebido a mais que tornou o dia de uma criança mais feliz, o “gato” que permitiu a uma família sem recurso acesso a diversidade da TV a cabo ou o imposto sonegado que viabilizou a sobrevivência de uma pequena empresa. Não dá para saber ao certo, mas é provável que o bater de asas de alguma borboleta tenha gerado eventos que cada vez mais distanciam os humanos da humanidade.  

A relevância da vida foi relativizada, ver alguém pedindo esmolas, sofrendo um acidente ou sendo assaltado na rua não gera comoção, na maioria das vezes nem mesmo qualquer ação. Atentar a vida das pessoas virou forma de levantar bandeiras, o terror virou arma. Crianças atirando aleatoriamente em colegas, mortes pelas drogas ou por meio delas, assassinatos por motivo torpe, suicídios motivados por desafios e jogos…

O Egocentrismo é dominante. Nossa cultura, nossa etnia, nosso grupo são sempre os melhores. Parece óbvio, se não fosse o melhor nos esforçaríamos para que fosse, ou buscaríamos formas de mudar para um grupo melhor. A defesa de valores, pensamentos e dogmas tem ultrapassado os limites do respeito, da tolerância e do apoio mútuo. Defendemos com unhas e dentes nosso país, nossa cultura, nossa raça, nossa opção sexual, nossa posição política, nosso time de futebol. A defesa é sempre apaixonada, queremos convencer a todos que somos os melhores.

É para hoje! Viver o dia de hoje como se não houvesse o amanhã, parece frase de livro de autoajuda e pode até disparar alguns comportamentos positivos, principalmente em costuma postergar as coisas. Mas e se houver amanhã? Quais são as nossas opções de longo prazo? O imediatismo leva de frustações individuais, conduzidas pela vida sem sentido ou objetivos, ao descuido e falta de zelo com as futuras gerações e até mesmo com o nosso planeta. Matamos nosso planeta aos poucos em troca da “felicidade imediata”.  

Nossa visão ficou míope. Em meio a tanta informação e conhecimento disponível a alternativa criada foi a especialização. Somos especialistas em minúcias! A capacidade de avançar nossos conhecimentos em determinada área, ou nossas ações em determinado foco possibilitam maior profundidade e em partes isto é bom e construtivo. A questão é o quanto isto limita a nossa capacidade de perceber o todo, de construir uma visão sistêmica. De nada adianta o conhecimento especializado sem intencionalidade ou ligação com algo maior. As minucias são importantes na medida em constituem um todo, se nos perdemos na especialização, perdemos também a consciência que nos faz humanos.

E o propósito da vida? Quantas pessoas de fato se fazem esta pergunta? Experimente fazer esta pergunta a homens e mulheres, crianças e idosos, policiais e presidiários, operários e empresários, estudantes e professores. Todos ficaram surpresos com a pergunta e muitos responderam que não tem tempo para esta bobagem, pois precisam trabalhar para pagar as contas.  Viver para muitos tornou-se a sobreviver com a função individual de ser mais um, uma pequena peça em uma engrenagem que não se sabe exatamente a função.  

É neste mundo que vivemos, aparentemente grande demais para alguém fazer a diferença ou complexo demais para saber por onde começar. E não é por falta de tentativa. Muitas pessoas bem-intencionadas fazem trabalhos fantásticos na proteção do mundo e da humanidade. Ações protecionistas e assistencialistas apoiam pessoas que estão à margem do sistema organizado ou tentam postergar as ações danosas que promovemos contra nosso próprio planeta. A impressão que fica muitas vezes é que estamos enxugando gelo. A cada corrupto preso, surgem 3 novos escândalos, a cada árvore salva, um novo desmatamento, a cada criança de periferia que conduzimos para escola, dezenas são conduzidas para o crime organizado…

Chegamos à conclusão que não é possível mais mudar o mundo. A única alternativa é virá-lo pelo avesso. Precisamos trabalhar na causa e não na consequência, resgatar a essência humana do homem para conduzir a humanidade um rumo novo e próspero. O que propomos é virar o jogo a partir do bater de asas que nos trouxe até aqui, as pessoas.

Cada ser humano tem um potencial ilimitado que pode ser utilizado para coisas positivas ou negativas. A grande questão é para onde direcionamos o nosso potencial? Por trás de toda e qualquer ação, de qualquer pessoa, sempre existe uma intenção positiva. O problema é que algumas vezes nossas ações, ainda que bem-intencionadas, não geram efeitos positivos. Isso ocorre por diversos motivos relacionados aos sistemas que compomos e a maneira como nosso inconsciente e emoções interferem em nossas decisões.

Trazer para a consciência as motivações por trás de cada ação individual implica em fazer com que cada pessoa seja protagonista de sua própria vida e respectivamente resgate a sua humanidade. Parece simples, mas se tenho consciências das minhas limitações e necessidades, do meu papel no mundo e dos meus propósitos, me torno uma pessoa melhor, disposta inclusive a melhorar as pessoas ao meu redor, mesmo que isso seja só para melhorar ainda mais a minha vida… Como na teoria do caos iniciamos com algo aparentemente pequeno, mas como uma capacidade exponencial.

Como fazer isso na prática? Levando as pessoas a encontrar a humanidade existente em cada um, ou em outras palavras, despertando a sua essência. Isto ocorre com base em alguns princípios importantes:

  1. Vida – Cada pessoa é única em sua complexidade e singularidade, possui um potencial inexplorado que pode ser cultivado ou desperdiçado. Escolher cultivar e valorizar a vida é abraçar um universo de possibilidades extraordinárias.
  2. Diversidade – Respeitar e incentivar a diversidade e as diferenças gerando alternativas e soluções múltiplas. As diferenças e os conflitos são de uma riqueza absurda desde que possamos direcionar nossa energia para a geração de sinergia.
  3. Sustentabilidade – Visão de longo prazo pode gerar vitórias gigantescas. O pensamento sustentável envolve a construção de planos e ações que reverberam em nossos futuros e também no futuro das próximas gerações.
  4. Amplitude – Visão sistêmica para entender o meu papel, o meio que estou inserido e os objetivos de cada ação realizada. Ampliar o foco para ter uma perspectiva clara de início (motivos), meio (ação) e fim (objetivos/resultados).
  5. Realizações – Cada Ser Humano é dotado de um potencial ilimitado, não o aproveitar é, além de um grande desperdício, um desrespeito com o todo o processo evolutivo que nos trouxe até aqui. Não aceite a normalidade, você pode e deve produzir resultados extraordinários, desde que se proponha a fazer isto.

Acreditamos que virar o mundo pelo avesso não é tarefa simples, mas temos uma ideia de por onde começar e esta é a missão da nossa empresa: Transformar potencial em prosperidade, desenvolvendo a singularidade de pessoas e organizações para a construção de um mundo melhor.

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