O mundo de hoje exige um aprendizado constante que integre quem somos como pessoas à maneira como atuamos na vida. A economia globalizada, o mercado altamente exigente e o desenvolvimento dos meios de comunicação provocaram e provocam mudanças constantes na nossa maneira de pensar, sentir e agir, seja na vida profissional ou pessoal. Isso exige cada vez mais pessoas “antenadas”, capazes de aprender, desaprender e reaprender constantemente, na busca pelo autoconhecimento e pelo conhecimento, como forma de obter sempre melhores resultados para atuar em um mundo cada vez mais competitivo.
No mundo empresarial, essa transformação refletiu-se na mudança de visão das organizações acerca de seu capital humano. A premissa é que toda empresa é formada por pessoas e a atuação dessas pessoas é que faz a diferença no resultado da empresa. Afinal, as empresas têm seus custos, margens e preços afetados fortemente pelo aumento da competitividade, pelos avanços tecnológicos, pela economia globalizada; e num mercado de competição acirrada, as empresas buscam ter uma base tecnológica similar, estruturas compatíveis e processos bem desenhados; isso é o “mínimo” para garantir prosperidade. Portanto, a variável que realmente poderá impactar nos resultados das organizações são as pessoas; elas que vão operar máquinas, conduzir os processos, utilizar as tecnologias e executar as tarefas necessárias para a empresa obter o que deseja, utilizando de suas habilidades e competências. O conhecimento, fomentado pelo capital humano (o conhecimento está nas pessoas!), passa a ser o diferencial competitivo entre as organizações.
Por mais automatizada que sejam, as empresas são sempre feitas de pessoas. Sem elas, as máquinas não operam adequadamente, não há gestão de informação e as estratégias caem por água abaixo. A conseqüência mais evidente de se desconsiderar o componente humano das organizações é que começa a haver um crescente distanciamento entre o benefício potencial da tecnologia, da automação e das estratégias e o resultado efetivamente alcançado. Afinal, quem opera computadores e máquinas? Quem insere os dados nos softwares e gera as informações? Quem organiza e motiva equipes? Quem faz funcionar a empresa? São as pessoas. Portanto, estes devem ser não somente considerados, como monitorados, assessorados, treinados e motivados constantemente pela organização.
De outro lado, estamos vivendo uma transformação na forma como as pessoas enxergam o trabalho. O conceito de sucesso mudou e os sonhos e desejos das pessoas também: ter coisas já não é mais a preocupação central e sim ter novas experiências (algumas querendo mostrá-las nas redes sociais). Os millennials nem sempre querem trabalhar para grandes corporações, porque essas novas gerações encaram o futuro de forma diferente, mais conectado com suas aspirações pessoais. Há uma nova atitude acerca das profissões; os profissionais agora tomam as rédeas de sua própria carreira, mudando-a e adequando-a sempre que achar necessário. As estratégias para construção de uma vida profissional bem sucedida partem de decisões individuais, de acordo com os próprios sonhos e conceito de felicidade. Cada vez mais, o trabalho é visto como elemento fundamental para atingir os objetivos pessoais de cada um. Pensa-se sobre os direcionamentos profissionais englobando todos os papéis sociais. Assim, o trabalho e o planejamento da carreira passam a ser parte de algo maior: o projeto de vida.
Nesse cenário, as empresas cada vez mais se dão conta de que, para agir sobre as pessoas, extraindo delas seu potencial e usufruindo de suas habilidades e competências; e para implementar ações que permitam conhecer, potencializar, integrar e subsidiar a gestão das competências individuais e institucionais visando a auto-realização das pessoas e a excelência no cumprimento da missão institucional, é preciso ter uma estratégia de gestão de pessoas que considere o constante investimento nas lideranças: em formação, treinamento e desenvolvimento. Afinal, o líder precisa ser um mentor, treinador, coach, conselheiro, aliado, sem perder o foco nos interesses da empresa e nos interesses das pessoas que o cercam para obter os resultados pela organização.
Pode-se dizer que a inteligência emocional é um fator crucial no sucesso da carreira de um líder. Alguns autores defendem a ideia de que as emoções são poderosas fontes de poder pessoal. O que as lideranças procuram para impactar positivamente as organizações, os negócios e até a vida das pessoas, não está lá fora; está dentro de cada um.
A essência de uma vida plena, repleta de significado e próspera é a sintonia das pessoas com o seu interior. Por isso, líderes emocionalmente inteligentes têm consciência de seus hábitos, das pressões que sofrem no cotidiano, das incertezas e mudanças que os atingem por todos os lados e, ainda assim, são capazes de desenvolver lidar com isso, porque investe em si mesmos.
Portanto, para gerir pessoas ou exercer liderança, é necessário desenvolver em si mesmo a capacidade de conhecer-se, reconhecer o outro e relacionar-se bem nos diversos grupos sociais e nas organizações. E é preciso desenvolver habilidades na arte de comunicar-se. O bom relacionamento interpessoal desenvolve a auto-confiança e a auto-estima, e ajuda na inserção do indivíduo em ambientes diferentes e em seu constante amadurecimento. Para isso, comunicação e inteligência emocional são ferramentas indispensáveis; é através da comunicação que os indivíduos se relacionam e é por meio da inteligência emocional que desenvolvem relacionamentos transparentes e mutuamente benéficos; elas se combinam para tornar as relações modernas mais verdadeiras e saudáveis.
E o que a sua empresa faz para desenvolver as lideranças?