Entenda por que a profissionalização e formação de gestores públicos é uma questão emergente
A crescente competitividade do mercado tem demandado, cada vez mais, o envolvimento e a colaboração efetiva de líderes e profissionais que possam agregar valor às organizações, tornando-as mais ágeis perante as mudanças e mais competitivas. A consequência disso é a necessidade também crescente de investimentos em formação, capacitação e qualificação dessas pessoas; as competências gerenciais tornam-se fundamentais.
No setor público, não é diferente. Há uma crescente demanda por parte da sociedade brasileira, que espera que a administração pública seja capaz de desenvolver e implementar melhorias na prestação de serviços públicos. O processo de globalização e o desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação trouxeram à tona importantes questões sobre o papel do Estado e também sobre as políticas públicas necessárias para promover a competitividade do país, num mundo cada vez mais integrado.
Esses movimentos e mudanças “obrigam” as organizações públicas a modernizar suas práticas de gestão e adotar modelos eficientes e eficazes; a definir estratégias para torná-las abertas às inovações e com capacidade de adaptar-se rapidamente. E isso passa por uma análise crítica de suas práticas de desenvolvimento de gestores e pela necessidade de capacitação e qualificação.
Por isso, a profissionalização e formação de gestores públicos é uma questão emergente nesse processo de transformações; estratégia essencial para o desenvolvimento do setor. Inclusive, o desenvolvimento de competências na esfera Federal está previsto no Decreto 5.707/2006, que instituiu a Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoal (PNDP). Este decreto legitima a gestão de pessoas por competências como elemento estratégico na administração pública federal e ressalta a necessidade de “adequação das competências requeridas dos servidores aos objetivos das instituições, tendo como referência o plano plurianual”.
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Desenvolvimento de competências de gestores
Para pensar no desenvolvimento de competências de gestores, é necessário falar sobre o processo de aprendizagem. No setor público, a aprendizagem ainda é ligada apenas aos espaços formais de transmissão do conhecimento, utilizando o treinamento tradicional, baseado na imagem do professor como expositor e transmissor de um determinado conteúdo. Entretanto, o processo de aprendizagem também é social e baseado em práticas. Acontece no dia a dia e no trabalho, a partir das experiências, das interações e das relações. No cotidiano, os indivíduos também criam conhecimento, ressignificando o seu “agir” e “estar” no mundo. Em uma organização, o processo de aprendizagem envolve compreender o que está ocorrendo no ambiente externo e interno e definir novos comportamentos que comprovam a efetividade do aprendizado. Organizações que aprendem se adaptam melhor às mudanças.
Por isso, para atingir resultados efetivos, as ações de formação, capacitação e desenvolvimento de competências precisam ser mais amplas e impactar não só os profissionais individualmente, mas o ambiente como um todo. É preciso atuar sobre a administração pública e seus gestores, desenvolvendo uma cultura de capacitação adequada à realidade, de forma a transformá-los em gestores inovadores, com visão empreendedora, capazes de perceber e agir sobre o mundo ao redor, de promover e liderar as mudanças necessárias para o desenvolvimento, de exercer a criatividade para resolver problemas, de entender e se comprometer com os interesses institucionais; de ajudar os demais a se envolverem com esses interesses; de planejar as atividades, tomar decisões e saber administrar recursos.
Gestores são os agentes da transformação. Investindo no desenvolvimento de suas competências gerenciais, conduzirão as mudanças no sentido da evolução.