Será que, ao generalizarmos a busca, perdemos a referência da procura?
Ficamos sem a resposta certa quando não fazemos a pergunta correta. Negamos a pergunta para não aceitar a resposta. Nem sempre é fácil, pois será necessário refazer conceitos, admitir equívocos; não raro, mudar a rota e o alvo. E tudo isso, exige muito esforço. Em verdade, a tarefa de ser mulher é árdua e, ao mesmo tempo, suave, podendo gerar algumas frustrações e sofrimentos por condicionar nossa mente em metas inalcançáveis.
Não entendemos que as conquistas externas somente fazem sentido se refletirem avanços internos.
A armadilha está em permitir que os outros pensem e escolham seu caminho, sem que você se dê conta de que estão estabelecendo as fronteiras de onde você pode ir. As portas se fecham, quando acreditamos que flores não nascem no deserto e que voar é apenas para os pássaros. Quando criamos nossa própria identidade de mulher, esse estilo de vida nos afasta da dependência das manipulações, vícios e prateleiras do mundo, permitindo criar uma existência sustentada em nossos próprios pilares. E, dessa maneira, construímos um jeito de ser únicas, com uma singularidade típica e inerente a qualquer ser humano.
Com esse modo operante, o mundo não serve de desculpas para o nosso tropeço e o poder feminino se enraíza no momento em que, mesmo diante de forças contrárias, você encontra razões para agir de acordo com as suas virtudes e valores essenciais. Você consegue ser você mesma, na pura luz da consciência, apesar dos desejos antagônicos das suas sombras e dos movimentos opostos pelo mundo. Então, ao contrário de desejar a todas as mulheres uma felicitação nesse dia, faço um convite:
Aprenda a diferenciar os pensamentos que trazem leveza, pela força de transformação e superação que eles lhe proporcionam, daqueles que a mantém refém, pelas emoções densas que entregam o domínio da sua vida a outrem. Quem você é não pode nem deve permanecer estático, se transforme em todo tempo à medida que aprimora o seu olhar e as suas escolhas; aprimore-se na régua da profundidade dos seus pensamentos, na singularidade impregnada em cada ação e na competência explícita nos seus resultados.
As ideias e os ideais libertam ou aprisionam; é preciso entender todos os aspectos envolvidos em cada uma delas. Posso dizer enquanto mulher, mãe, empresária, coach, esposa, filha e todos os outros papéis que me competem nesse movimento de vida humana que muito mais que as roupas que uso ou os lugares aonde vou, é o meu toque singular de fazer do meu jeito que me conecta ao tempo em que vivo. Isso serve para todos os momentos da vida; serve para o aqui e agora. Serve para sempre.
Houve um tempo em que eu acreditava precisar de um veleiro, no qual viajaria sem paradeiro pelo mundo, como maneira de me sentir livre. Já achei que precisava ter uma generosa conta bancária para conseguir estar em paz. Vivi muito tempo na ilusão de que a minha dignidade dependia de como as pessoas me tratavam. Tive certeza de que jamais seria feliz sem os aplausos e a aceitação de outras pessoas. Chorei por pensar que o fato de ser mulher me afastaria da possibilidade de conquistar cargos de liderança e sucesso profissional e que essas frustrações levariam as minhas possibilidades de amar.
Com tudo isso, posso dizer, na minha pequena experiência humana em forma de mulher, que nada disso é determinante. Esse poder será sempre seu; ele não perece, apenas aguarda o despertar. Ele germina na mente para florescer no coração. Em síntese, trata-se de aprender a pensar para serenar as emoções e transformar o olhar. A mente precisa de clareza para pensar, impossível sob o domínio das paixões ou engessada por ideias sem o constante propósito e aprofundamento.
